O Ministério da Saúde divulgou, na quarta-feira (13), um guia alimentar com o objetivo de orientar a promoção da saúde e bem-estar de bebês com menos de dois anos, enfatizando a importância de uma dieta baseada em itens minimamente processados. O manual completo pode ser acessado no site do Governo Federal. A orientação pediátrica da pasta visa reduzir o risco de doenças, como obesidade, pressão alta e diabetes, desde a infância.
O guia oferece dicas de alimentação para crianças a partir dos seis meses, visando atender à carência identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta que poucas crianças recebem alimentos complementares nutricionalmente adequados e seguros. A OMS alerta que menos de um quarto das crianças de seis a 23 meses de idade no mundo atende aos critérios adequados de diversidade alimentar e frequência de alimentação para a idade, e a desnutrição está associada a 2,7 milhões de mortes infantis anuais, representando 45% de todas as mortes de crianças.
Com o intuito de promover um desenvolvimento alimentar infantil saudável, o guia classifica os alimentos em quatro categorias, com base na extensão e propósito de seu processamento: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. O manual também fornece orientações sobre escolhas adequadas e saudáveis para essa faixa etária.
**Alimentos in natura ou minimamente processados:**
– In natura refere-se a alimentos obtidos diretamente de plantas ou animais, sem alterações após sua colheita.
– Minimamente processados passam por modificações mínimas, como limpeza e remoção de partes indesejáveis, sem adição de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias.
– Exemplos incluem feijões, ervilhas, lentilhas, cereais, batata, arroz, legumes, verduras, frutas frescas, secas ou em suco, carnes, ovos, leites, água própria para consumo, entre outros.
**Ingredientes culinários processados:**
– Envolve produtos extraídos de alimentos in natura por meio de processos como moagem, extração e refino, utilizados para temperar e cozinhar alimentos.
– Exemplos incluem sal de cozinha, óleos como óleo de soja, de girassol, de milho, azeite de oliva, manteiga, entre outros.
– A recomendação do Ministério é evitar a oferta de açúcares, melado e mel para crianças menores de dois anos.
**Alimentos processados:**
– São produtos fabricados a partir de alimentos in natura ou minimamente processados, com a adição de ingredientes culinários.
– Somente alguns alimentos processados são indicados para a alimentação de crianças, de acordo com o manual.
– Recomenda-se, para bebês, alimentos à base de conservas de legumes, verduras, cereais, leguminosas, extrato ou concentrado de tomate (com açúcar e sal), castanhas com sal ou açúcar, carnes salgadas, peixe conservado em óleo ou água e sal, frutas em calda ou cristalizadas, entre outros.
**Alimentos ultraprocessados:**
– Estes alimentos consistem em formulações industriais prontas para consumo.
– O manual não recomenda o consumo de alimentos ultraprocessados para crianças menores de dois anos.
– Contêm ingredientes não utilizados em casa, como carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, adoçantes, entre outros.
– Exemplos incluem refrigerantes, sucos industrializados, bebidas com sabor de chocolate e frutas, salgadinhos de pacote, sorvetes, chocolates, balas e guloseimas em geral.
O guia visa oferecer informações práticas para pais e cuidadores, incentivando escolhas alimentares saudáveis desde os primeiros anos de vida, contribuindo para a prevenção de problemas de saúde relacionados à alimentação.